Os 7 Dilúvios Mais Devastadores da Mitologia
Espalhado pelas mais diversas culturas, o mito do Dilúvio é uma narrativa simbólica na qual uma grande inundação é enviada por uma divindade para destruir a humanidade e permitir sua renovação. Entre os exemplos mais conhecidos estão a narrativa da Arca de Noé, os mitos fundadores dos povos Maias, o mito grego de Deucalião e o dilúvio presente no Épico de Gilgamesh.
Os dilúvios enviados pelas forças divinas seriam um medida de purificação da Criação e da Humanidade, bem como a preparação para o seu renascimento. A maioria dos mitos traz a figura de um herói que, guido pela própria divindade geradora do cataclismo, faz inúmeros esforços para assegurar que este renascimento aconteça.
As narrativas mitológicas do dilúvio podem ser encontradas em mais de 200 contextos culturais diferentes, presentes em todos os continentes. Nos diversos escritos da Tradição Esotérica Ocidental, o dilúvio é associado ao mito de Atlântida, que de acordo com Platão era uma civilização poderosa que teria afundado no oceano Atlântico cerca de 10.000 antes de Cristo.
7. Hailibu (Mitologia Mongol)
Hailibu, um caçador muito bondoso e generoso, um dia salvou uma serpente branca de um pássaro que a tinha atacado. No dia seguinte, ele encontrou a mesma serpente acompanhada por um séquito de outras serpentes.
A serpente contou a Hailibu que era filha do Rei Dragão, e que seu pai desejava retribuir seu gesto. Ela aconselhou Hailibu a pedir pela pedra preciosa que o Rei Dragão mantinha em sua boca.
Com esta pedra, ela lhe disse, ele seria capaz de compreender a linguagem dos animais, mas acabaria se transformando em pedra caso revelasse este segredo para qualquer pessoa.
Então, Hailibu foi até o Rei Dragão, e depois de recusar um a um os seus magníficos tesouros, recebeu a pedra. Anos depois, Hailibu ouviu alguns pássaros dizendo que em alguns dias uma grande inundação atingiria a Terra.
Ao saber disso, Hailibu correu até o seu vilarejo para avisar seus vizinhos, mas ninguém acreditou nele. Para convencê-los, Hailibu contou como ficou sabendo do dilúvio que se aproximava, e teve que contar também toda a história da pedra preciosa. Quando terminou de contar, imediatamente ele virou uma pedra.
Os habitantes do vilarejo fugiram desesperados, certos de que uma inundação a caminho. A chuva caiu forte nos dias seguintes, e as montanhas se abriram, causando grande inundação. Quando as pessoas voltaram, encontraram a pedra na qual Hailibu tinha se transformado e a colocaram no topo da montanha. Por muitas gerações o povo realizou oferendas em honra ao sacrifício de Hailibu.
6. Macunaíma (Mitologia Brasileira)
Quando o deus Macunaíma criou os pássaros e os animais, colocou seu filho Sigu para cuidar deles. Macunaíma também criou uma grande árvore de onde todas as plantas comestíveis cresciam.
Mas Sigu decidiu que seria melhor cortar a árvore e plantar as sementes contidas nos frutos, de modo que a comida pudesse ser espalhada por toda a terra. Para isso, chamou a ajuda de todos os animais.
A árvore foi cortada, os animais descobriram que seu tronco oco estava cheio d’água, onde viviam inúmeros peixes. Mas a água começou a transbordar e inundar toda a terra.
Sigu levou os animais para uma caverna e cobriu sua entrada com cera. Deu a eles um espinho, para que furassem a cera e pudessem ver se o nível da água já tinha baixado. Muitos dias de escuridão e tempestade se seguiram. O macaco chorou tanto por causa do frio e da fome que sua garganta inchou e ficou assim até hoje.
Sigu ficou com os pássaros em uma árvore muito alta, e de lá atirava sementes para ver se a água estava baixando. Conforme o tempo passava, a semente demorava mais e mais para atingir a água, até que um dia atingiu o solo, e Sigu desceu de seu refúgio.
Naquele momento, o céu ficou iluminado. Sigu esfregou dois pedaços de madeira para fazer fogo, mas o peru confundiu a pequena chama com uma libélula. Ao engolir a chama, o peru queimou sua gargante, e é por isso que a pele do pescoço destes animais é vermelha.
5. Tumbainot (Mitologia Africana)
Tumbainot era um dos homens mais corretos de toda a tribo. Sua esposa se chamava Naipande e seus três filhos, Oshomo, Bartimaro e Barmao.
O mundo era bastante populoso naquela época. As pessoas cometiam muitos erros e não se lembravam de Deus. Apesar disso, não tinham o costume de matar, até que um dia, um homem chamado Nambija acertou mortalmente na cabeça outro homem chamado Suage.
Com isso, Deus resolveu destruir a humanidade, com exceção de Tumbainot que era virtuoso aos seus olhos. Deus mandou Tumbainot construir uma arca de madeira e entrar nela acompanhado de sua família e de animais de toda espécie. Quando já estavam todo a bordo, Deus enviou uma chuva torrencial que causou a inundação da Terra, fazendo com que todas as demais criaturas se afogassem.
A arca ficou a deriva por um tempo, e as provisões começaram a ficar escassas. Finalmente, a chuva parou, e Tumbainot soltou uma pomba para se certificar do estado da terra. A pomba retornou cansada, então Tumbainot soube que ainda não havia lugar seguro para ficar. Muitos dias depois ele soltou um abutre, mas antes prendeu uma flecha numa pena em seu rabo. Se ele voltasse sem a flecha, isso seria um sinal de que ela teria enganchado em algo e se extraviado.
O abutre voltou sem a flecha, e Tumbainot desconfiou que a inundação já estava retrocedendo e as águas baixando. Quando por fim a água baixou por completo, a arca se firmou no solo e seus passageiros desembarcaram. Tumbainot viu então quatro arco-íris, um em cada quarto dos céus, os quais mostravam que a ira divina havia se acalmado.
4. Viracocha (Mitologia Inca)
O grande deus criador Viracocha tinha feito a terra e os céus, bem como gigantes de pedra para neles viver. Depois de um templo, os gigantes se tornaram preguiçosos e briguentos, e Viracocha decidiu destruí-los.
Um dia, um grupo de estrangeiros chegou para avisar que os orgulhosos habitantes daquela cidade seriam destruídos pelo terremoto, pela inundação e pelo fogo. A maioria deles riu dos estrangeiros.
Contudo, alguns sacerdotes da cidade ouviram o aviso e foram viver em lugares afastados no topo das montanhas. Algum tempo depois, uma nuvem vermelha apareceu no horizonte.
Ela cresceu e cobriu toda a área, e sua vermelhidão era tão forte que iluminava o céu noturno. De repente, com um brilho e um estrondo, um terremoto destruiu muitos edifícios da cidade, e uma chuva vermelha começou a cair.
Outros terremotos e mais chuva vieram em sequência, e uma inundação logo cobriu toda a cidade arruinada, formando o que hoje é conhecido como o lago Titicaca. Nenhum dos habitantes da cidade sobreviveu, com exceção dos sacerdotes. Os descendentes dos profetas que anunciaram a catástrofe foram chamados de kallawaya, que significa os sábios do vale.
Viracocha também salvou dois gigantes do dilúvio, que auxiliaram na criação de uma nova humanidade. Então, foi até o lago Titicaca e retirou dele o Sol e a Lua para fornecer luz, de modo que ele pudesse apreciar sua nova criação. Naqueles dias, a Lua era mais brilhante que o Sol, mas somente até o dia em que o sol atirou cinzas sobre a face da Lua.
3. Vaivasvata Manu (Mitologia Hindu)
O heroico rei hindu chamado Manu, conhecido como o filho do Sol, praticou disciplinas espirituais de forma austera, e com isso foi capaz de alcançar a união com a divindade.
Um dia, enquanto realizava libações próximo à sua casa, uma carpa caiu em suas mãos, e Manu resolveu cuidar dela. Mas o peixe crescia sem parar, e já não haviam mais aquários disponíveis para o seu tamanho.
Depois de levar o peixe para o rio Ganges, ele teve que carregá-lo até o oceano, onde reconheceu que aquele peixe era na verdade o deus Janardana, uma das expressões de Brahma.
Ele contou a Manu que o fim desta era (yuga) estava se aproximando, e que logo toda a Terra seria coberta por água. Manu deveria preservar todas as criaturas em uma embarcação que deveria ser preparada.
Foi dito que cem anos de seca e fome começariam naquele mesmo dia, o que seria seguido por incêndios provocados pelo sol e pelos mundos subterrâneos, e isto consumiria a terra e o espaço, destruindo este mundo, os deuses e os planetas. Sete nuvens inundariam a Terra, e três continentes seriam afundados.
Apenas o navio de Manu iria permanecer, amarrado com uma corda ao chifre do grande peixe, o deus Janardana. Quando o dilúvio começou, Manu viu que a corda era a própria serpente Ananta. Manu seguiu as orientações da divindade, agrupou todas as criaturas em seu navio e atou a serpente Ananta ao chifre do peixe Janardana.
2. Deucalião e Pirra (Mitologia Grega)
Na mitologia grega, a primeira raça humana foi completamente destruída por causa de sua perversidade. Eram os tempos da Idade de Bronze, e Zeus enviou uma inundação sem precedentes para destruir a humanidade.
As fontes de água das profundezas do mundo e as chuvas torrenciais vindas dos céus castigaram impiedosamente a Terra, arrasando plantações, casas, cidades e vidas.
Prometeu avisou seu filho Deucalião sobre o evento que estava por vir, e recomendou que ele construísse um cesto grande o suficiente para que pudesse sobreviver.
Todos os demais pereceram, exceto aqueles que escaparam para o alto das montanhas. Mas as montanhas da Tessália se partiram ao meio, e todo o mundo foi amassado por suas pedras imensas.
Junto com sua esposa Pirra, o piedoso Deucalião flutuou no interior do cesto por nove dias e nove noites até chegar ao monte Parnasso. Alguns dizem que, à exemplo do patriarca Noé, Deucalião também carregou consigo exemplares de animais para que povoassem a Terra quando a catástrofe terminasse.
Enfim, quando as chuvas cessaram, ele realizou sacrifícios a Zeus, quem ordenou ao casal que atirassem pedras por sobre suas próprias cabeças. As pedras lançadas por Deucalião se convertiam em homens, e as pedras atiradas por Pirra se convertiam em mulheres.
1. Arca de Noé (Mitologia Hebraica)
Um certo dia, Deus ficou irado com a perversidade humana, e resolveu destruí-la por completo. Mas havia Noé, um sujeito correto e que tinha conquistado o carinho de Deus
Deus ordenou a Noé que construísse uma arca com três pavimentos. Noé obedeceu, e embarcou nela sua família e pares de animais puros. Por 40 dias e noites a chuva não deu trégua, até que as montanhas mais altas estivessem cobertas.
As águas inundaram a terra por 150 dias. Então, Deus enviou um vento poderoso e as águas retrocederam. A arca acabou parando no monte Ararat. Depois de 40 days, Noé enviou um corvo, que permaneceu voando até que as águas sumiram.
Então Noé enviou uma pomba, que voltou sem ter encontrado um pouso. Uma semana depois, enviou novamente a pomba, e ela voltou com um ramo de oliva no bico. Na outra semana ainda, a pomba não retornou. Depois de um ano e 10 dias do início do dilúvio, todos puderam desembarcar da arca. Noé sacrificou alguns animais para Deus, que em troca prometeu nunca mais destruir as criaturas da Terra com um dilúvio, e criou um arco-íris para simbolizar uma aliança..
Os animais se dirigiram para a selva e se reproduziram. Noé e sua família puderam assim repopular a Terra. Noé plantou uma vinha e um dia ficou bêbado. Um de seus filhos o viu naquele estado, nu e embriagado em sua tenda, e chamou seus dois outros irmãos para que cobrissem o pai. Quando Noé acordou, amaldiçoou o filho que o viu naquelas condições, e abençoou os descendentes dos outros dois irmãos.
olá Giordano?
você poderia nos passa a posição da gnose sobre essas realidades e mitos do diluvio?
Olá Nousvate,
Os ensinamentos cosmológicos e antropológicos de Samael Aun Weor afirmam o acontecimento do dilúvio e ecoam de forma sintética o que já foi dito pela Mestra Blavatsky em suas obras.
Para um estudo mais completo das palavras de Samael Aun Weor acerca do tema, consulte a Mensagem de Natal de 1967, que aqui em nosso site temos disponibilizada em espanhol sob o título “Los Cuerpos Solares”:
https://sgiorg.wpengine.com/doutrina-da-sintese/los-cuerpos-solares/
Abraços Fraternos!
Texto excelente. Fez uma ótima pesquisa.