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O Sonho da Consciência

4 set 2016

O Sonho da Consciência

Amados discípulos gnósticos: com muito esforço e grande amor, chegamos ao penúltimo capítulo desta Mensagem de Natal de 1968-1969 e convém eliminar, para o bem da Grande Causa, determinados espinheiros que obstruem o caminho.

Em tudo isso, existe algo demasiado grave. Quero fazer referência ao sonho da consciência.

Os quatro evangelhos insistem na necessidade de despertar, porém infelizmente as pessoas supõem que estão despertas. Para o cúmulo dos males, existe por toda parte um tipo de gente, muito psíquica certamente, que não somente dorme, como ainda sonha que está desperta.

Essas pessoas se auto−denominam videntes e se tornam demasiado perigosas porque projetam sobre os demais seus sonhos, alucinações e loucuras. São precisamente eles que impingem a outros, delitos que não cometeram e assim desbaratam lares alheios.

Resulta óbvio compreender que não falamos dos legítimos clarividentes. Referimo−nos, por agora, a esses alucinados, a esses equivocados que sonham estarem com a consciência desperta.

Com profunda pena, evidenciamos que o fracasso esotérico se deve à consciência adormecida.

Muitos devotos gnósticos, sinceros amantes da verdade, fracassam devido a esse lamentável estado de consciência adormecida.

Nos tempos antigos, apenas se ensina o Grande Arcano, a maithuna, a yoga sexual, àqueles neófitos que despertavam a consciência. Os hierofantes sabiam muito bem que os discípulos adormecidos, cedo ou tarde, terminam abandonando o trabalho na Nona Esfera. O pior é que esses fracassados se auto−enganam, pensando de si próprios o melhor, e quase sempre caem como rameiras nos braços de alguma escolinha nova que lhes brinde um pouco de consolo. Depois, pronunciam frases como as seguintes: Eu não sigo os ensinamentos gnósticos porque eles exigem um casal e isto é coisa de um só. A liberação, o trabalho, é coisa que se tem de buscar sozinho. Naturalmente, essas palavras de auto−consolo e de auto−consideração têm por objetivo unicamente a própria auto−justificação.

Se essa pobre gente tivesse a sua consciência desperta, perceberia o seu erro e compreenderia que eles não se fizeram sozinhos. Eles tiveram um pai, uma mãe e houve um coito que lhes deu vida.

Se essa pobre gente tivesse a sua consciência desperta, verificaria que assim como é em cima é em baixo e vice−versa, experimentaria diretamente a crua realidade dos fatos, dar−se−ia conta cabal do lamentável estado em que se encontra e compreenderia a necessidade da maithuna para a fabricação dos corpos solares, o traje de bodas da alma, e assim conseguir o Segundo Nascimento, do qual falou o Grande Kabir Jesus ao rabino Nicodemo.

Porém, tais modelos de sabedoria, dormem e não são capazes de verificar por si mesmos que estão vestidos com corpos protoplasmáticos, que se vestem com farrapos lunares e que são uns pobres coitados e miseráveis.

Os sonhadores, os adormecidos que supõem estarem despertos, não somente prejudicam a si mesmos, como ainda causam graves danos a seus semelhantes.

Eu creio que o equivocado sincero, o adormecido que sonha estar desperto, o alucinado que se qualifica de iluminado, o mitômano que se crê super-transcendido, em verdade, causam a si e aos demais muito mais dano do que experimenta alguém que jamais em sua vida ingressou nos nossos estudos.

Estamos falando numa linguagem dura, mas podem estar seguros que muitos adormecidos e alucinados ao lerem estas linhas, ao invés de se deterem por um momento para refletir, corrigir ou retificar, buscarão apenas uma forma de se apropriarem de minhas palavras a fim de documentar suas loucuras.

Para desgraça deste pobre formigueiro humano, as pessoas levam dentro um péssimo secretário que sempre interpreta mal os ensinamentos gnósticos. Referimo−nos ao Eu Pluralizado, ao Mim Mesmo.

O mais cômico de Mefistófeles é a maneira como se disfarça de santo. Claro que o Ego lhe agrada que o ponham no altar e o adorem.

Compreendam de uma vez por todas que enquanto a consciência continuar engarrafada no Eu Pluralizado, não somente dormirá, como terá, o que é pior, o mau gosto de sonhar que está desperta.

O pior gênero de loucura resulta da combinação de mitomania com alucinações.

O mitômano é aquele que se presume de Deus, que se sente super-transcendido e que deseja que todo mundo o adore.

Esse tipo de gente, ao estudar este capítulo, imputará a outros minhas palavras e continuará pensando que já dissolveu o Eu, ainda que o tenha mais robusto que um gorila.

Quando um mitômano adormecido trabalha na Forja dos Ciclopes, estejam seguros que muito breve abandonará o trabalho dizendo: Eu já consegui o Segundo Nascimento. Eu estou liberado. Eu sou um Deus. Renunciei ao Nirvana por amor à humanidade.

Em nosso querido Movimento Gnóstico, já vimos coisa muito feia. Resulta espantoso ver os mitômanos, os adormecidos alucinados, profetizando loucuras, caluniando o próximo, qualificando os outros de magos negros, etc. Isso é espantoso.

Diabos julgando diabos! Não que se dar conta todos esses exemplos de perfeição que neste mundo doloroso em que vivemos é quase impossível encontrar um santo.

Todo mago é mais ou menos negro. De forma alguma se pode ser mago branco enquanto o Eu Pluralizado esteja metido no corpo. O Eu Pluralizado é o próprio demônio.

Isso de andar dizendo por aí que fulano está caído é certamente uma brincadeira de mau gosto, porque neste mundo todas as pessoas estão caídas.

Isso de caluniar o próximo e de destruir lares com falsas profecias é próprio de alucinados, de gente que sonha estar desperta.

Se alguém de fato quer auto−despertar, que se resolva a morrer de instante a instante, que pratique a meditação profunda, que se liberte da mente, que trabalhe com as Runas da maneira como ensinamos neste livro…

À Sede Patriarcal do Movimento Gnóstico chegam muitas cartas de adormecidos que dizem: Minha mulher… o fulano… o beltrano… está muito evoluído, é uma alma muito velha… etc.

Esses pobres adormecidos que assim falam, pensam que o tempo e a evolução podem autorrealizá−los, podem despertá−los e levá−los à liberação final. Essas pessoas não querem compreender que a evolução e sua irmã gêmea, a involução, são apenas leis mecânicas da natureza, as quais trabalham de maneira harmoniosa e coordenada em toda a criatura.

Quando alguém desperta a consciência, percebe a necessidade de se emancipar dessas leis e de se meter pela senda da revolução.

Queremos gente desperta, firme, revolucionária; de maneira alguma aceitamos frases incoerentes, vagas, imprecisas, insípidas, inodoras, etc.

Vivamos alertas e vigilantes como a sentinela em época de guerra. Queremos gente que trabalhe com os três fatores de Revolução da Consciência.

Lamentamos tantos casos de equivocados sinceros que só trabalham com um fator e muitas vezes infelizmente muito mal trabalhado.

Precisamos compreender que somos pobres feras adormecidas, máquinas controladas pelo Ego.

(Samael Aun Weor, Magia das Runas, Capítulo 45)

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