Gnosis é uma Seita Abusiva?
Ainda no início do ano passado, em fevereiro, surgiu um texto intitulado “Por dentro das seitas: depoimento de ex-membro da Gnosis”.
Um texto com título forte, cujo conteúdo apresenta o relato de Lívia (nome fictício), que teria frequentado uma instituição gnóstica no Brasil (AGEACAC) entre 2007 e 2011, período em que teria passado por várias situações de abuso e sofrimento.
O texto foi publicado na Medium, uma plataforma de publicação de blog bastante popular, e faz parte das séries “Por Dentro das Seitas” e “Seitas Abusivas”.
Ambas reúnem diversos textos sobre o assunto, com o intuito de explicar o que são as seitas, como funcionam e quais os seus perigos.
Entre os grupos mencionados como seitas, as séries citam os Testemunhas de Jeová e o que a autora chama de “Gnosis”.
A autora do texto, Daniele Cavalcante, usa a plataforma para ajudar pessoas que já sofreram com seitas abusivas, e até tem falado sobre o longo período que ela mesma passou dentro de uma seita.
Contudo, apesar de respeitarmos profundamente o sofrimento de Lívia e Daniele, entendemos que o texto comete muitas falhas, especialmente ao não investigar ou checar informações importantes sobre a Gnosis, o Gnosticismo e as instituições gnósticas.
Inclusive o texto não traz as explicações, respostas ou perspectivas de nenhum representante do Gnosticismo a todas as acusações que são feitas, o que seria o esperado em uma matéria jornalística.
Ao mesmo tempo, até agora nenhum representante da AGEACAC, ou da comunidade gnóstica em geral, parece ter se pronunciado publicamente a respeito dos relatos contidos no texto.
E isto, ao que parece, deve-se a dois fatores: o primeiro é a tendência existente entre os líderes de instituições gnósticas, ao menos nas últimas três décadas, de não se defenderem e de não se pronunciarem publicamente sobre assuntos polêmicos.
O segundo é a provável indefinição de quem deveria responder pelo relato.
Acontece que o texto foi publicado em 2019, e os fatos relatados teriam ocorrido entre 2007 e 2011.
Neste período compreendido entre a saída de Lívia da AGEACAC e a publicação do texto, a instituição em questão passou por uma divisão, iniciada em abril de 2014 e concluída em julho de 2017, originando pelo menos duas novas ramificações institucionais, uma chamada AGEACAC e outra chamada Instituto Gnosis Brasil.
Com isso, muitas das conclusões que o texto propõe aos leitores sobre a natureza do Gnosticismo e das instituições gnósticas permanecem até hoje sem qualquer consideração ou esclarecimento.
Apenas para citar um exemplo, a autora sugere que a “Gnosis” é uma “seita abusiva que controla o modo de pensar, as decisões e o comportamento de seus seguidores”, uma afirmação impactante que não recebeu nenhuma resposta oficial nestes mais de doze meses em que está disponível ao público.
Então decidimos que nós mesmos respondemos ao texto.
O objetivo da resposta à afirmação de que “a Gnosis é uma seita” é oferecer esclarecimentos e ao mesmo tempo propor uma reflexão coletiva e profunda sobre os inúmeros aspectos de grande importância que um texto como este nos traz.
Esclareço de antemão que não faço e nem nunca fiz parte da instituição em questão ou qualquer de suas ramificações surgidas após 2014, e esta resposta não foi escrita para defendê-la, muito menos atacá-la, e menos ainda fazer ataques pessoais ou desmerecer a autora do texto original.
No entanto, em respeito a todos os alunos, ex-alunos, amigos, admiradores da Gnosis e do Gnosticismo, professores e coordenadores de nossa instituição, além do público em geral, entendemos ser importante apresentar alguns posicionamentos.
E também responder a algumas acusações equivocadas e generalistas feitas, no texto, à Gnosis, ao Gnosticismo e aos ensinamentos que sustentam as nossas atividades institucionais e que dão forma à visão de mundo e ao modo de vida escolhidos por milhares de pessoas em todo o mundo.
Antes de mais nada, “Gnosis” não é uma seita.
Gnosis é o nome de uma experiência íntima de autoconhecimento.
Gnosis não é uma seita, assim como não é um lugar, não é uma escola, não é uma instituição e nem mesmo é uma doutrina imutável com métodos permanentes.
Apenas com certa reserva e usando os termos apropriados – sabedoria ou filosofia perene e universal – é possível usar a palavra Gnosis no sentido de uma doutrina.
Aliás, trata-se de uma generalização muito comum, até mesmo entre os estudantes gnósticos, fazer uso da palavra Gnosis para designar qualquer coisa que não seja a própria experiência íntima, direta, objetiva e mística de conhecimento de si mesmo.
Também é preciso dizer que os grupos gnósticos não são seitas.
Apesar de serem descentralizadas em sua organização e heterogêneas em sua pedagogia, as instituições gnósticas são veículos de manifestação do Gnosticismo, uma tradição espiritual que vem se manifestando ao longo dos últimos dois milênios em diversas partes do mundo.
Se nunca foi tão popular quanto Cristianismo, Budismo, Islamismo ou alguma outra grande religião mundial, o Gnosticismo – ou os Movimentos de Gnosis, como querem os especialistas acadêmicos – possui uma notável representação e realizou inegáveis contribuições para a história do pensamento humano.
Só existe um lugar onde o Gnosticismo e a Gnosis são tratados como seita: nos escritos dos heresiologistas católicos ou de seus seguidores modernos.
É histórica a insistência em tratar pejorativamente o Gnosticismo como seita do Cristianismo, numa clara tentativa de negar sua originalidade, sua autenticidade e seu direito de servir como opção de vida àqueles que buscam o encontro com a divindade.
Neste sentido, vale a pena verificar, por exemplo, o posicionamento da Igreja Católica, de instituições como a comunidade católica Canção Nova e a organização católica Opus Dei, e até mesmo de famosos influenciadores digitais católicos, como Olavo de Carvalho.
Ainda assim, é importante ressaltar que as motivações da autora do texto não são, nem de longe, fundamentadas por exclusivismo religioso.
Seu caso é muito diferente: surge da necessidade legítima de ajudar pessoas que tenham sido, como ela foi, vítimas de abusos ao participarem de grupos de natureza religiosa ou espiritualista.
Esta causa é extremamente importante, e certamente os líderes de todas as instituições, escolas e organizações gnósticas devem toma-la para si, de modo que jamais permitam que os lugares de estudo, prática e difusão da Gnosis que estejam sob a sua supervisão se tornem seitas abusivas.
Mas o que seria então uma seita?
Existem várias perspectivas teóricas para abordar este assunto.
Para orientar nossas reflexões decidimos utilizar outro texto de autoria da própria Daniele Cavalcante, intitulado “Seitas abusivas #1: o que são, como agem e quais as suas práticas nocivas”, pois ele oferece suficientes subsídios para entender o que é uma seita, e ao mesmo tempo entender que Gnosis não é uma seita.
Nele a autora faz uma importante ressalva: “é necessário desmistificar o conceito de seitas”, o que é algo incontestável.
Afinal, seita é uma palavra de conotação pejorativa, normalmente usada pelas denominações religiosas dominantes para se referir às suas dissidências, e que também muitas vezes é associada a grupos que realizam rituais satânicos.
Neste sentido, os grupos gnósticos não são nem um nem outro.
É inoportuno neste momento falar sobre a visão gnóstica do Satanismo, mas como afirmamos anteriormente, o Gnosticismo é uma Tradição com uma identidade definida – inclusive academicamente – e que, apesar da heterogeneidade de suas doutrinas e da não existência de uma autoridade centralizadora, possui inúmeras manifestações ao longo dos últimos dois milênios em diversas partes do mundo.
Daniele nos garante que “não pretende colocar todas as seitas no mesmo pacote”, e reconhece que “muitas delas são de fato inofensivas e apenas exercem seu direito constitucional ao culto”.
Seu objetivo, diz Daniele, é destacar um tipo bem específico de seita: “as seitas abusivas”.
O que seria uma seita abusiva?
A definição oferecida pela autora é bem direta: “São aquelas que fazem promessas, oferecem uma missão ou um propósito, e levam seus membros a guardar segredo sobre suas práticas para, assim, praticar abusos”.
Ao nosso ver, esta definição é excessivamente ampla e abrangente. Religiões fazem promessas.
Empresas oferecem missão ou propósito.
Profissionais guardam sigilo sobre suas práticas.
E o Gnosticismo, que tem seus ensinamentos difundidos nas escolas gnósticas, faz também suas promessas, oferece missão e propósito, e pede que algumas de suas práticas sejam mantidas sob sigilo – para cumprir uma importante função didática e simbólica – mas não o faz para cometer abusos.
É preciso recordar que Samael Aun Weor reconhecia a existência de abusos em escolas espiritualistas e era visceralmente contrário às mesmas. Quando ainda iniciava as atividades do Movimento Gnóstico, lá nos anos 1950, declarou de forma enfática a sua rejeição aos abusos que eram cometidos nas escolas de sua época.
(…) os centros de sabedoria tornaram-se salas de aula de negócios, cada uma com sua tirania que proíbe seus seguidores de se lançarem na busca do conhecimento; aqui as proibições, acolá as excomunhões e ameaças, e sempre vão deixando para amanhã: seja a palavra de passe, o amuleto que salva, o non plus ultra, os segredos que nenhuma outra escola possui (…) (Curso Zodiacal)
Fica muito claro nesta passagem que Samael Aun Weor, idealizador das escolas gnósticas nos tempos atuais, rejeita completamente o uso do sigilo e do segredo para o cometimento de abusos e a manipulação com base em conhecimentos ocultos – ou ocultados. Além disso, ele era muito consciente de todos os malefícios que são causados pelo comportamento abusivo dos líderes religiosos e de escolas espiritualistas.
Se há crueldades humanas, é também certo que existem crueldades espirituais. Todos aqueles que amamos a luz passamos por toda classe de “ismos”; conhecemos as escolas (…) onde se pregam amor e irmandade, fraternidade e paz, e só encontramos realmente hipócritas fariseus, sepulcros branqueados, rancores disfarçados com trajes de filosofia, fanatismos terríveis e ciúmes secretos. Onde buscamos sabedoria, só encontramos charlatanismo, vaidade e orgulho néscio. Não existe punhalada que machuque mais do que a crueldade espiritual, e as pobres almas que anelam ao aperfeiçoamento superlativo e de auto enobrecimento espiritual, em sua busca da verdade, sofrem o indizível em sua passagem por essas famosas escolas espiritualistas. (…) E suas piores crueldades as disfarçam sempre com frases filosóficas e doces expressões. A punhalada que mais dói é a punhalada espiritual. (Medicina Oculta e Magia Prática, Quarta Parte)
Numa das passagens do relato de Lívia, podemos ler que “os membros da Gnosis são desencorajados a pesquisar sobre a religião na internet, por medo dos líderes de que os seguidores encontrem algo negativo sobre eles”.
Esta afirmação é um verdadeiro contrassenso, e só pode ser entendida – caso seja verdadeira – como um equívoco de dirigentes locais. Há mais de 20 anos, inúmeras instituições gnósticas – Abragnose (antiga FUNDASAW), IGA, AGSAW, Vopus, AEF, AGB, AGF, AGE, ACCENPA, ACGSL, ICGLISAW, Gnosis Brasil, GnosisTR, IGNIS, Federación Gnostica de Mexico, Instituto Pistis Sophia, Instituto Cultural Quetzalcoatl, e a própria SGI – estão presentes na internet, divulgando o Gnosticismo através de cursos, artigos, vídeos, livros e até programas de rádio.
Existem inclusive fóruns de discussão onde estudantes gnósticos e o público em geral podem interagir livremente fazendo perguntas e tirando dúvidas.
Falando em fóruns, Lívia fala sobre a existência de “um fórum de ex-membros” reunindo pessoas que sofreram na “religião” (importante refletir: por que será que Lívia ficou com a impressão de que a “Gnosis” é uma religião?) e tiveram suas vidas “destruídas por muitos anos”. Lívia continua dizendo que o fórum teria sido tirado do ar pelos gnósticos (“eles conseguem tirar tudo do ar”), e em seu lugar colocado um site “de mesmo nome a favor da Gnosis”.
O fórum sobre o qual ela se refere realmente encontra-se fora do ar.
Ele se chamava “La Gnosis Develada”, e reunia muito mais do que pessoas que sofreram por causa da Gnosis ou do Gnosticismo.
Este fórum foi, na verdade, uma iniciativa malsucedida de alguns setores fanáticos religiosos que enxergavam o Gnosticismo como um rival e, por este motivo, pretendiam desconstruir a figura de Samael Aun Weor e seus ensinamentos.
Esta iniciativa começou nas redes sociais, onde havia diálogo livre sobre todos os temas, mas logo migrou para um fórum fechado para poder se esconder atrás da ideia de ser um espaço em defesa contra seitas, porque não queria dialogar, mas apenas desconstruir e atacar.
Lívia se enganou ao afirmar que “um novo site a favor da Gnosis foi colocado no ar para substituir o fórum”, e infelizmente Daniele não verificou mais essa informação. O site La Gnosis Develada, uma iniciativa supra institucional que se define como “um grupo de pessoas que tentam representar o pensamento e o sentimento de milhões de almas que amam o conhecimento gnóstico”, surgiu muito antes do fórum ser fechado, e seu endereço na internet não é o mesmo que o endereço do fórum. Infelizmente, o fórum se aproveitou por muitos anos do sofrimento das pessoas para dar sequência aos seus objetivos, até que foi fechado pela administração do serviço de gerenciamento.
É importante dizer que muitos líderes e professores gnósticos buscaram o diálogo com os idealizadores e membros do fórum para poder esclarecer dúvidas e se colocar à disposição para ajudar quem porventura realmente tivesse passado por abusos.
Contudo, como o fórum era fechado apenas para membros – ou para quem apoiava e concordava com seu propósito de desconstrução – não foi possível ajudar a quem precisava de ajuda.
Muitos mal-entendidos poderiam ter sido desfeitos, entre eles a ideia de que “a Gnosis” proíbe os homens de usarem cabelo comprido, proíbe as mulheres de usarem cabelo curto, proíbe o uso de piercings, proíbe as pessoas de comer carne de porco, obriga a abrir mão de amigos gays e lésbicas para “entrar na Gnosis”, proíbe ouvir rock, proíbe falar sobre experiências sobrenaturais, proíbe namoro ou relacionamento com pessoas que não fazem parte da instituição gnóstica, proíbe fazer sexo antes do casamento, proíbe fazer sexo para ter prazer, obriga a tomar banho gelado.
É evidente que não estamos negando que tais proibições ou obrigações possam ter sido impostas à Lívia ou a muitas outras pessoas.
Afinal, em toda organização existe sempre a possibilidade de ocorrerem desvios – os quais devem ser corrigidos – e a história recente do Gnosticismo já viu comportamentos muito nocivos.
O que estamos afirmando é que tais proibições e obrigações não fazem parte do que é – ou deve ser – ensinado pelas escolas gnósticas que se fundamentam no Gnosticismo e na obra de Samael Aun Weor.
Em seus mais de sessenta livros e centenas de conferências, Samael Aun Weor ensinou uma infinidade de práticas.
Sua obra completa é acessível de forma gratuita pela internet, e vem sendo publicada há décadas por muitas editoras.
E apesar do sigilo que é colocado sobre algumas atividades, todas as práticas do Gnosticismo são públicas, abertas ao conhecimento geral.
Até mesmo as que estão sob sigilo foram publicadas em livros que hoje em dia podem ser consultados por qualquer pessoa.
Estas práticas que estão sob sigilo compõem a Liturgia Gnóstica, um conjunto de rituais simples cuja função é favorecer a compreensão mais profunda dos ensinamentos gnósticos através de símbolos, gestos, palavras e formalidades absolutamente inofensivas.
Seu sigilo é também, por sua vez, um elemento simbólico relacionado com o Hermetismo, a Sabedoria de Hermes, o Vaso de Hermes, algo que talvez não faça sentido para quem não estudou o que propõe o Gnosticismo, mas que ao estudar se dará conta de que não pretende justificar um sigilo que seja pretexto para abusos.
Este é, aliás, um ponto crucial. Um dos maiores objetivos de Samael Aun Weor sempre foi o de distribuir de forma gratuita e irrestrita aquele conhecimento que muitas vezes se disse que era mantido em sigilo apenas para que líderes espiritualistas inescrupulosos submetessem seus alunos a abusos financeiros, morais e até mesmo sexuais. Samael Aun Weor não formou seu Movimento nos moldes das escolas de seu tempo porque elas dependiam de seguidores, algo que sempre foi rechaçado por ele:
Não quero seguidores, mas apenas imitadores do meu exemplo. Eu não vim para formar mais seita ou crença, nem me interessam as escolas atuais, nem as crenças particulares de ninguém. (Curso Zodiacal)
Em nosso caso, não queremos idólatras de mestres, nem nos interessam os seguidores. Nós somos postes de indicação, portanto, que não se apeguem a nós, porque nosso trabalho não é fazer proselitismo. Indicamos, com pensamento lógico e conceito exato, o caminho a seguir para que cada qual chegue até seu Mestre Interno, que mora em silêncio dentro de cada um. (Curso Zodiacal)
Outro aspecto importante citado no texto sobre as seitas abusivas é o estímulo ao isolamento, ao afastamento das relações sociais e familiares. Nada poderia ser mais oposto aos fundamentos do Gnosticismo Contemporâneo e da Gnosis, uma vez que uma de suas práticas essenciais é o autoconhecimento, que consiste no descobrimento dos chamados defeitos psicológicos. Este autoconhecimento só acontece, segundo o próprio Samael Aun Weor, através da convivência e da relação com os demais:
Alguns seres humanos querem fugir, vão para as montanhas (…), crêem que assim pode se realizar. Eu digo a vocês o seguinte: precisamos viver em sociedade, no mundo, porque no estado de convivência podemos nos auto-conhecer. (O Quinto Evangelho, Como Cristalizar as Três Forças)
(…) precisamos descobrir a nós mesmos, e isso só é possível com a inter-relação, isto é, com a convivência.” (O Quinto Evangelho, Consciência, Corpo, Ambiente Externo e Fogo)
(…) na inter-relação, podemos nos descobrir, ou seja, vivendo com as pessoas, com os outros, se estivermos alertas e vigilantes, como o sentinela em época de guerra, podemos descobrir nossos defeitos, seja em casa, seja na rua, na escola, no templo ou em qualquer outro lugar.” (O Quinto Evangelho, O Homem Verdadeiro)
Estes esclarecimentos deveriam ser mais do que suficientes para que o Gnosticismo, as escolas gnósticas ou a “Gnosis” jamais seja vista como uma seita abusiva.
No entanto, ainda ressalto que não existe imposição de padrões morais, lavagem cerebral, privação de sono, dietas precárias, exploração do trabalho, apropriação de bens, abusos sexuais, corrupção de vulneráveis, incentivo à culpa ou LGBTfobia – muito embora estes dois últimos itens devam sempre ser observados com muito cuidado, pois a má interpretação de alguns elementos do ensinamento gnóstico podem levar a este tipo de comportamento.
Fechar os olhos para isso é faltar com a honestidade.
E se nós gnósticos queremos que as pessoas sejam honestas conosco, devemos ser honestos com elas.
Embora estes assuntos devam – e precisem – ser tratados em outro momento, é preciso fazer o reconhecimento de que o texto escrito por Daniele a partir do relato de Lívia oferece a oportunidade para que seja feita uma séria e verdadeira autocrítica institucional por parte de dirigentes, professores e coordenadores não só da instituição onde os eventos teriam ocorrido, mas de todas as organizações que oferecem às pessoas algo tão importante como a espiritualidade.
Todo professor, líder, missionário, coordenador gnóstico precisa se perguntar:
- é possível que o trabalho que estou coordenando esteja se tornando uma seita?
- Os alunos e membros da escola que eu coordeno estão agindo ou sendo estimulados a agir como seguidores?
- Eles se sentem com liberdade para buscar informações onde bem entenderem e para ler os livros que desejam ler?
- Eles estão sendo estimulados a se afastar da sociedade, da família ou dos amigos, a serem preconceituosos com quem vive a vida de forma diferente?
Somente assim será possível colaborar com esta questão tão delicada e prevenir que pessoas experimentem sofrimentos semelhantes aos que foram atribuídos à Lívia.
De fato, temos muitos instrutores e missionários que entregam o ensinamento tal qual o lê nos livros, sem tê-los vividos, daí vem a interpretação através da falsa personalidade e o resultado é formação de membros com o mesmo “conceito”.
A maior prova disto são as inúmeras divisões d segmentos gnosticos que surgiram após o VM Samael desencarnar.
Acredito que temos que levar o ensinamento as todos, mas quem se propõe a este propósito deve fazê-lo de coração.
Havia lido o texto em certa ocasião ao pesquisar por depoimentos… e mesmo não podendo o ser fruto de má fé, a autora parece não ter tido a preocupação de fazer não aparentar sê lo. Vez que o V.M. Samael sempre é recorrente nas principais [libertárias] diretrizes da Doutrina.
O grupo do fb ainda está no ar?
Reflexivo! Obrigado!!!
Se fosse apenas Lívia, mas são muitas pessoas que passaram por isso. Digo por mim mesma. Assédio sexual, conduta inadequada de membros, castigo psicológico. Vocês podem argumentar maravilhas com a doutrina, mas é falha. Tem muita coisa errada e não foi somente na divisão da igreja não. Membros abusivos ainda se encontram na instituição. Todos os lugares tem problemas, todas as igrejas. Vocês também colocam a sujeira pra debaixo do tapete. Se as pessoas que saíram dessa instituição se unirem em depoimentos, verão que não só existe Lívia não. Espero que melhorem e admitam as falhas, peçam perdão à todos que saíram após anos de humilhação, submissão e danos psicológicos.
Quero ser membro
Como assim moderação…
Em feira de Santana na Bahia tem um local para frequentar?
Olá Jussara
Tudo bem?
Como você está?
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