Poucos líderes espirituais causaram tanto impacto na consciência de seus leitores e estudantes quanto Samael Aun Weor. Escritor prolífico e dotado de grande poder de síntese, trouxe à humanidade a Gnosis Universal e Eterna revestida sob formas atuais, construindo ao longo de sua vida o Movimento Gnóstico e lançando as bases do Gnosticismo Contemporâneo.
Samael Aun Weor nasceu em Bogotá, Colômbia, em 6 de março de 1917. Filho de Manuel Gómez Quijano e Francisca Rodríguez de Gómes, foi batizado e registrado com o nome Victor Manuel Gómez Rodríguez. Criado em um ambiente católico, aos doze anos de idade abandona a religião de seus pais e passa a buscar uma resposta mais concreta para as suas inquietudes espirituais. Tem início então uma verdadeira peregrinação pelos núcleos espiritualistas colombianos, além de uma exaustiva leitura dos clássicos esotéricos do ocidente e do oriente.
Seus primeiros estudos ocorrem sobre o tema da vida após a morte, quando o Espiritismo e seus fenômenos atraem seu interesse. Durante toda a sua adolescência conviveu com médiuns espíritas e seus centros, quando pode constatar a influência do mundo dos mortos sobre a existência material. Seu espírito autodidata o permitiu educar a si mesmo através das obras de Allan Kardec, Cesare Lombroso, Camille Flammarion e Léon Denis.
Não demorou para que as longas horas de estudo em casa e nos salões das bibliotecas de Bogotá fizessem surgir a necessidade de complementar a investigação conceitual de tais fenômenos através das constatações científicas da época, o que o colocou em contato com os experimentos de William Crookes, em especial as materializações do espectro de Katie King.
Como consequência inevitável de seus recentes estudos, entrou em contato com a Teosofia. Devido à sua erudição precoce, sua lucidez mental e sua natural desenvoltura para falar em público, aos 17 anos de idade se tornou um jovem conferencista da Sociedade Teosófica, tendo recebido seu Diploma Teosofista diretamente das mãos de Jinarajadasa, então presidente desta instituição.
Foi então que este jovem porém exigente espiritualista conheceu a Doutrina Secreta, obra máxima de Helena Petrovna Blavatsky. Seu estudo detalhado se converteu no coroamento de sua precoce erudição. Não havendo paraele mais nada que pudesse superar tal obra em profundidade e sabedoria, dedicou seus esforços para a prática das mais variadas formas de Yoga.
Não muito tempo depois ingressou na Fraternitas Rosicruciana Antiqua, ordem esotérica encabeçada pelo médico e ocultista alemão Arnold Krumm-Heller, e frequentou as atividades místicas da Igreja Gnóstica, braço eclesiástico daquela instituição rosacruz. O vasto conhecimento adquirido ao longo dos últimos anos pode ser agora complementado pelo estudo das obras que compunham a biblioteca rosacruz, a qual contava com livros de Max Heindel, Rudolf Steiner, Eliphas Levi, Franz Hertmann e do próprio Arnold Krumm-Heller.
Esgotadas as prateleiras devido ao seu ávido espírito investigativo, não restou nada além do exercício prático de tantas orientações esotéricas, em especial a ciência dos mantras. Através da vocalização e da meditação, o jovem Victor constatou o desenvolvimento de seus próprios poderes psíquicos, que o permitiram, junto com seu estado de consciência, tomar decisões de extrema e decisiva importância para enfrentar as dificuldades que o iminente futuro lhe reservava.
Àquela época o templo rosacruz de Bogotá se tornou o palco de uma série de desentendimentos entre suas principais lideranças. No centro das disputas estavam o fundador do templo, Israel Rojas Romero, e um personagem recém-chegado à Colômbia, chamado Omar Cherenzi Lind, quem mais tarde seria o fundador da Universidade Espiritual da Colômbia.
Desiludido com o clima bélico que se estabeleceu naquela organização espiritualista, o jovem Victor suspendeu sua participação e se retirou para a Serra Nevada de Santa Marta, onde passou praticamente uma década aplicando exclusivamente na prática todas as orientações e os ensinamentos que recebera até então. Nesta época abandonou também a faculdade de medicina, que estava cursando havia dois anos.
Durante sua estada na Serra, conheceu e conviveu com os povos arhuacos, indígenas famosos nos meios antropológicos por seus conhecimentos de medicina natural e pela realização de fenômenos mágicos. Apesar do isolamento voluntário dos arhuacos e de seu desprezo por brancos e mestiços, o jovem Victor consegue se aproximar de seus sacerdotes e aprender a sua sabedoria.
Além de conhecer os segredos da medicina oculta – também chamada elementoterapia – o jovem Victor conheceu aquela que viria a ser a sua companheira e colaboradora espiritual, Arnolda de Garro Gómez, cujo nome espiritual é Litelantes. Ela é quem ensina o então jovem curandeiro a dominar a ciência dos Jinas, através da qual é possível penetrar com o corpo físico na quarta dimensão.
Como resultado desta longa e árdua experiência de extração da sabedoria esotérica desde os mais triviais acontecimentos da vida humana, o jovem Victor finalmente alcança a união com seu Real Ser ou Atman, cujo nome espiritual é Aun Weor, termo que significa Verbo de Deus. Então se dá conta da missão que seu Real Ser deverá desempenhar nos anos seguintes.
Em 1950, o então Mestre Aun Weor reune um pequeno grupo de estudantes para começar a ensinar a Gnosis, ou Doutrina da Síntese, composta por dois elementos fundamentais, que são o Cristo Cósmico e a Magia Sexual. Com o intuito de difundir este último ensinamento, escreve e publica, no mesmo ano, o livro O Matrimônio Perfeito.
Após passar por diversos processos de desenvolvimento espiritual, em 1954 o Mestre Aun Weor alcança outra etapa iniciática de grande importância. Naquele 27 de outubro, no interior de um Templo Gnóstico da Serra Nevada de Santa Marta construído especificamente para este fim, nasce o raio logóico de Samael no interior de seu boddhisattva Aun Weor. A partir de então, tendo assimilado princípios espirituais de ordem totalmente distinta, converte-se em Samael Aun Weor.
Durante a década de 1950 escreve muitos outros títulos e realiza viagens missionais pela América Latina e Central, até chegar ao México em 1956, onde se estabelece e dá início a uma nova etapa de seu trabalho público. Ali cria diversas instituições voltadas à difusão da Gnosis, trabalho que avança pelas duas décadas seguintes, durante as quais escreve outras dezenas de livros, organiza vários congressos e profere centenas de conferências.
Seu trabalho resulta na formação do Movimento Gnóstico Cristão Universal e demais organizações associadas, como a Igreja Gnóstica Cristã Universal, a Associação Gnóstica de Estudos de Antropologia e Cultura, o Instituto de Caridade Universal e o Partido Trabalhador Socialista Cristão Latino-Americano.
Após o abandono de seu veículo físico, em 24 de dezembro de 1977, estas instituições se fragmentaram, ao mesmo que novas organizações independentes surgiram ao redor do planeta. Atualmente, sua obra está espalhada por todos os continentes, sendo estudada e praticada em milhares de Lumisiais Gnósticos.