O Conhecimento de Si Mesmo e do Mundo
Entre os mais preciosos ensinos que nos entrega a Sabedoria Gnóstica está aquele enunciado que nos diz ser necessário conhecer a nós mesmos para então conhecermos o universo que nos cerca. Não só o universo, mas também os Deuses, assim diziam os antigos iniciados gregos, tais como Sólon, Tales, Pitágoras, Heráclito, Sócrates e Platão, inspirados pela inscrição délfica gnothi seauton (γνῶθι σεαυτόν) que ficou conhecida como “Homem conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses”.
Mas não são poucas as pessoas que, mesmo quando adentram aos estudos gnósticos, acreditam conhecer a si mesmas, quando não ao próprio Universo e os Deuses. Atualmente, muitos creem conhecer o Universo apoiando-se nas descrições fornecidas pela ciência a respeito do mundo material, as quais dia após dia tornam-se mais complexas e completas. E há também aqueles que creem conhecer os Deuses, muitas vezes classificando-os como meras invenções da ingenuidade humana.
Estes que acreditam que o conhecimento de si que pode ser alcançado pela GNOSIS equivale ao conhecimento meramente informativo que possuem de si mesmos, a saber, o conhecimento de onde nasceram, de quem são seus pais, de onde moram, de qual a sua profissão, de quais são seus gostos mais superficiais, de quais são suas crenças religiosas, enfim, de seus dados biográficos e de alguns hábitos de sua personalidade, encontram-se muito, mas muito longe mesmo da verdade.
Quando alguém realmente conhece a si mesmo, ou seja, a sua alma e os atributos psicológicos que a dão forma, tanto quanto é capaz de recordar mentalmente destas informações humanas e temporais, conhece não só as raízes de seu próprio Ser, sua verdadeira identidade espiritual, como também conhece todos aqueles elementos psicológicos que originam pensamentos, emoções e comportamentos dos quais normalmente não se tem consciência alguma.
Estes elementos psicológicos são o que a Sabedoria Gnóstica chama de Ego, o conjunto de Eus Psicológicos que aprisionam a nossa Essência e produzem, através do frio mecanismo associativo, as mais diferentes e caóticas manifestações mentais, sentimentais e físicas que o sentido da auto-observação é capaz de nos revelar. Conhecer o Ego e os múltiplos agregados que o compõem corresponde a dar um passo firme e consistente na jornada pelo conhecimento gnóstico de si mesmo.
Nesta investigação de nossa própria psicologia vamos tendo a oportunidade de conhecer também, além do Ego, a maneira como este mesmo Ego vem condicionando a nossa Máquina Humana – composta pelas energias intelectuais, emocionais, motoras, instintivas e sexuais – a funcionar de maneira individualista, perseguindo ilusões, fugindo da realidade, reforçando laços com os fenômenos perecedouros da matéria e ignorando as realidades superiores e nossas Inquietudes Espirituais.
Para que este conhecimento aconteça, é necessário começar a equilibrar a atenção que damos para os dois mundos com os quais nos relacionamos constantemente: o interior e o exterior. Normalmente, a humanidade vive a quase totalidade de sua vida reagindo aos eventos exteriores, como as necessidades do corpo, as relações sociais e familiares, a profissão e a carreira, as rotinas diárias, e pouca atenção dá ao mundo interior, aonde estão as causas psicológicas da vida que leva.
Tão importante quanto o mundo exterior com todos os seus acontecimentos é o mundo interior com seus estados correspondentes. É evidente que jamais deveríamos cometer o absurdo de abandonar o mundo exterior e deixar de dar à ele a atenção que necessita, mas o fato concreto é que o ser humano não dá a devida atenção ao seu mundo interior, desconhece a si mesmo profundamente, e por este motivo sofre e está impedido por si mesmo de alcançar a felicidade.
Seguindo aquela máxima que afirma que o exterior é um reflexo do interior, podemos compreender que o conhecimento de si mesmo pode trazer benefícios inquestionáveis para o conhecimento das coisas exteriores e a transformação radical de nossas vidas e das vidas daqueles que nos cercam. Sabemos que o conhecimento de si mesmo leva inevitavelmente ao conhecimento do mundo que nos cerca, pois somos um universo em miniatura, e este Microcosmo reflete, para o bem ou para o mal, os diferentes Macrocosmos nos quais estamos inseridos.
Conhecendo a nós mesmos, adquirindo consciência dos mecanismos psicológicos que determinam nossas vidas, conhecemos o que leva o mundo a ser como é, e as pessoas a serem como são. Desta forma podemos exercer aquilo que o Gnosticismo ensinado por Samael Aun Weor propõe como um de seus princípios fundamentais, que é o Amor pela Humanidade. Pois é a partir do conhecimento de nós mesmos e do Amor pelo Ser que brota como consequência deste conhecimento que somos capazes de conhecer melhor o mundo e as pessoas, sentir Amor por elas, e assim ajudá-las com sabedoria.
..tão complexo quando não damos a devida importância a essas verdades tão diretas, tão cristalinas e objetivas ; mas por outro lado, tão simples, quando compreendemos que o caminho e a vida são apenas uma única ação…
Esclarecedor este texto que compreendo como base de resolutividade fundamental, afim de darmos passos mais adiantes, para o resgate e redenção da nossa alma..
Obrigada Giordano.
Querida irmã,
Muito preciosa a sua reflexão sobre o que faz a vida ser complexa ou simples!
Abraços Fraternos!
Paz Inverencial!
O Pai interno e o Sagrado anjo guardião são o mesmo?
Olá Eduardo,
Muito obrigado pela sua mensagem.
Transcrevemos abaixo a resposta que demos no mês de novembro, em nossa comunidade do Facebook, para mesma pergunta feita por outro estudante gnóstico:
Abraços Fraternos!
Paz Inverencial!
A gnosis é nosso arco, nós somos a flecha e o amor a humanidade é o alvo…
Que tenhamos discernimento e coragem !!!