Origens Místicas do Papai Noel
Sempre que o Natal se aproxima, vamos lentamente percebendo o retorno e a forte presença de um dos personagens mais controversos do imaginário popular. Seja nas ruas, nas lojas ou na televisão, o Papai Noel volta para servir de elo fundamental entre as esperanças infantis por presentes e o comércio, que lança mão de sua figura bonachona para impulsionar suas vendas.
Contudo, este é apenas um dos lados de uma história que teve início há séculos, e foi influenciada por tradições místicas cristãs e pagãs que carregam uma rica simbologia esotérica. Para analisar esta simbologia, é necessário ultrapassar os debates morais, bem como adquirir um conhecimento a respeito destas tradições.
A primeira delas está relacionada ao deus germânico Odin. Esta divindade e suas variações míticas era adorada pelos povos do norte da Europa antes da invasão do Cristianismo. Os mitos relatam que, todos os anos, durante as festividades germânicas de Yule, um festival de inverno celebrado no dia 25 de dezembro segundo o calendário cristão, Odin promovia uma grande caçada festiva pelos céus.
Odin realizava esta caçada com o auxílio de seu cavalo de oito patas, conhecido como Sleipnir. Este animal mágico era capaz de percorrer grandes distâncias em um tempo muito curto, assim como as renas que puxam o trenó do moderno Papai Noel. Como durante a longa viagem Sleipnir sentia fome e cansaço, precisava fazer algumas paradas para se alimentar. Então, as crianças deixavam suas botas próximas à janela, repletas de feno, açúcar e cenouras. Odin retribuía tais gestos bondosos com generosos presentes.
A segunda tradição que influenciou o mito moderno do Papai Noel envolve o bispo cristão Nicolau de Mira. São Nicolau, como também é chamado, possui a reputação de depositar em segredo moedas nas botas das pessoas mais pobres. O bispo ainda era chamado de Nicolau, o Taumaturgo, devido aos incontáveis milagres ocorridos devido à sua intercessão.
Numa das lendas que envolvem o personagem Nicolau, certo dia um açougueiro raptou três crianças que brincavam nas redondezas. Elas as matou, esquartejou, e depositou a carne de seus corpos mutilados em barril para que fossem curtidas. Havia escassez de alimentos naquela época, e a intenção do açougueiro era vendê-las no futuro como se fossem presunto. Antes que isso acontecesse, Nicolau chegou à cidade para aliviar a fome dos seus habitantes. Quando encontrou o açougueiro, não só foi capaz de entrever o crime que ele havia cometido, como também ressuscitou as crianças através de suas orações.
Outra lenda narra a história de um homem muito pobre, pai de três filhas que jamais se casariam pois jamais poderiam oferecer qualquer dote. Com isso, as jovens caminhavam para a prostituição. Quando soube do infortúnio desta família, Nicolau quis ajudá-la, mas sua modéstia o impedia de fazê-lo em público. À noite e em silêncio, aproximou-se da janela da casa daquela família e atirou para dentro três valiosíssimas pulseiras de ouro, uma para cada jovem, evitando assim o seu triste destino.
Os vários elementos destas duas tradições, uma iniciada nos primeiros tempos do cristianismo, e a outra pertencente ao conjunto de mitos pagão dos povos germânicos, colaboraram na construção de um arquétipo praticamente universal, e representa a figura da divindade recompensando aqueles que cumprem suas leis, especialmente oferecendo ajuda aos que necessitam, e contando com o poder providente de Deus.
Olá Giordano
Interessante descrição esta das origens da célebre personagem que alimenta os sapatinhos ansiosos, postados nas chaminés de cada ofertado, é pena que o Natal tenha caído apenas na permanência deste conceito, promovendo apenas a aquisição desenfreada consoante as bolsas do ofertante, distanciando-se da verdadeira mensagem prognosticada sete séculos antes do nascimento Daquele que os Magos seguiram, segundo o relato dos estudos da Escola Astrológica fundada por Zoroastro na Pérsia.
Olá Paulo,
Por este motivo devemos sempre recordar da importante ferramenta psicológica da Dialética da Consciência, que nos permite estar em contato com a mensagem que está oculta atrás das simbologias. Desta forma evitamos transformar tais peças alegóricas em objetos de culto superficial.
Explorado ao máximo pela publicidade, principalmente o aspecto do presentear, o que, como disse o amigo acima, desvaloriza a real mensagem dessa celebração que de cristã só tem uma parte. Se ensinássemos as nossas crianças que o Papai Noel dos shoppings de encantador não tem quase nada, se ensinássemos eles a doar ao invés de comprar ou esperar presentes, aí sim estaríamos perpetuando a verdadeira mensagem encontrada no mito do bem velhinho.
Sempre houve uma grande mescla com os costumes pagãos e a nova crença cristã, porém, como uma filha rebelde essa religião renegou sua mãe e a queimou na fogueira, renegando o seu passado pagão tão marcante em seus atuais rituais e festivais.